segunda-feira, 25 de março de 2013

Meu Universo


Eu estava completamente perdida.

Era a pior época da minha vida. Pela primeira vez, a depressão tinha tomado conta de mim. Logo eu, que sempre fui alguém que não entendia a depressão. E costumava ser bem radical com quem sofria desse mal.

Hoje eu entendo. É como se te faltasse ar. Te falta vontade de viver, de sorrir, de levantar. Pensar em existir doi tanto que você prefere ficar ali, deitada, esperando até aquilo tudo acabar e você poder voltar a ser você. Se um dia você conseguir isso...

A verdade é que você desacredita que vá conseguir. Tudo a sua volta passa a não ter graça. O quê poderia te tirar do fundo do poço se tudo e todos perderam a cor? A resposta, como você pode imaginar, é só você mesmo. Mas a dor não deixa. E você, ao invés de se ajudar, se coloca pra baixo cada dia mais.

Então já deu pra entender que eu estava perdida, certo? Nada poderia me fazer melhorar, nada poderia trazer minha risada de volta. Nenhum amigo, ninguém da minha família, nem meus personagens favoritos... Nada tinha me feito sorrir como antes.

E o pior de tudo, é que eu sabia que o motivo era um tanto quanto idiota. Eu e meu namorado havíamos descoberto que não éramos feitos um para o outro. Uau! Grande coisa. Eu ouvi tanto que existiam coisas piores na vida. Imagina não ter casa? Não ter família? Não ter o que comer? Ou alguém morrer? Se fica assim por causa de um namorado, imagina se fosse pior.

É... Mas doeu. Doeu mesmo! Doeu mais do que você que está lendo, se existir mesmo alguém lendo, imagina. Doeu demais! E não foi uma dor simples, foi uma dor dilacerante de me fazer perder a vontade de viver.

A minha sorte naquele momento foi, além de ter uma família e amigos maravilhosos, ter um tanto de medo da morte e um tantinho de crença espírita, presente do, acredite, meu ex. Senão, acredito, eu poderia ter feito coisa muito pior.

Mas não fiz. Ufa! As primeiras semanas passaram se arrastando... Assim como eu. E eu comecei a fingir que estava melhorando. Remédios, fugas, livros, filmes, novelas, amigos... Apelei pra tudo. Mas a dor, sabe? A dor coninuava ali. Me espetando, me incomodando, me deprimindo.

E aí eu encontrei você. E tudo voltou a ser mais colorido. Você nem imaginava que, ali, naquele dia, você estava me salvando de um poço sem fundo. Eu sorri de verdade com você, me senti bem ao seu lado, respirei de novo. Me inspirei de novo. E tudo começou a fazer sentido novamente.

Não foi amor. Não foi paixão. Foi um salvamento. Você salvou meu espírito, me mostrando a luz de novo, no meio da minha escuridão. E eu embarquei.

O problema é que eu embarquei MUITO. Eu fui atrás daquela luz desesperadamente, porque eu precisava dela de novo. Eu precisava encontrar a minha própria luz de novo, mas enquanto não conseguia, aquela estava me ajudando a enxergar.

Só que eu te assustei. E a luz diminuiu, diminuiu, diminuiu... Até que simplesmente apagou. E eu fiquei ali, naquela escuridão. Mas percebi que, durante aquele tempo, a minha própria luz tinha voltado a acender. Bem fraca, pequenininha, ainda bem tímida... Mas ela estava ali.

E agora eu estou trabalhando na minha luz. E se ela te incomoda, eu não posso fazer nada. Ela é minha! O problema do Sol, é que ele é a única fonte de luz. E, por causa disso, todos os outros planetas giram em torno dele. Eu não quero ser um planeta. E não quero ser um Sol. Eu quero ser uma estrela pequena, com brilho próprio. E, quando eu for, vou descobrir que você não é um Sol, muito menos meu Sol. Na verdade, você não passa de uma outra estrela, e uma bem pequenininha.

Um comentário:

  1. Muito bom ver você colocando tudo que te faz mal pra fora de uma forma tão linda assim. Adorei o texto, adorei MUITO!
    Espero te ver sendo a estrela mais brilhante do céu de novo, viu? hahaha
    Te amooooo!

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