sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Lembranças


Passei a semana inteira pensando em você. Na verdade, acho que o termo melhor seria LEMBRANDO de você.

Eu sempre vou lembrar de você quando, por exemplo, ouvir Seu Jorge ou ver o Batman, mas não é só isso. São pequenos detalhes que, enquanto estávamos juntos, eu nunca pensava que eram tão importantes.

Você percebe o quanto a estação do metrô era tão importante no nosso namoro? Sempre que passo lá, eu lembro de todas as vezes que combinamos de nos encontrar. De quando você me via descer do ônibus, e ia me dar a mão na escada. De quando combinávamos de pegar o mesmo ônibus no meio do caminho. Aliás, reparou o quanto o 638 foi essencial para nós?

Sempre que vejo o carrinho de churros, penso em comprar dois e te levar um no meio do caminho. De doce de leite com coco. E toda vez que ouço a músiquinha do metrô, imagino o CD de composição da Linha Um.

Sempre que ouço uma dublagem, ou acontece algo com o meu cachorro, tenho vontade de te falar. Assim como quando como um McFlurry, ou ouço uma música que você vivia cantando. Sempre que como pipoca de panela, ou passo em frente ao Maracanã. Ou quando passo na frente dos pontos de ônibus que descíamos, ou como pizza de frango com catupiry da Domino's.

Lembro quando olho para a minha caixa de Friends, ou vejo alguma foto de um dia que eu sei que você estava. E também quando pego um táxi com alguém, ou quando durmo no chão com alguém do meu lado esquerdo.

Claro, existem coisas inesquecíveis para qualquer um. O local do primeiro encontro, o shopping onde mais íamos, o nosso teatro... Isso sempre me fará lembrar de você! Todos os dias que ali for. Mas esses pequenos detalhes, tão vívidos na minha mente, me fazem perceber o quão éramos próximos, tão juntos, e agora não somos absolutamente nada.

E isso me dói. Não me dói por eu querer nosso namoro de volta. Sinceramente, eu não quero isso. Me dói por termos sido arrancados da vida um do outro tão repentinamente, sem poder ao menos nos despedir direito dos detalhes. Me dói ter tanta mágoa me impedindo de ser feliz com essas memórias. Me dói lembrar de tudo isso, de como éramos felizes, e como foi desperdiçado com erros, palavras, atitudes totalmente desnecessárias. Me dói tentar me imaginar sua amiga, e perceber que nada, nunca, vai ser como antes. Porque não dá! Não tem jeito! Não tem chance de sermos tão próximos, nem tão amigos.

Quantas memórias tenho que deletar para conseguir viver sem dor, sem despedidas, sem problemas com meu passado? Quantas lembranças tenho que esquecer para conseguir olhar para você e te enxergar apenas como mais alguém? Quanto tempo leva para curar uma dor tão estranha quanto essa? Eu não sei. Mas enquanto isso, vou vivendo assim, tentando fingir que você nunca existiu. Tentando ser como você, tão fácil de desapegar, tão fácil de seguir a diante, sem nunca nem olhar pra trás.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Desejos


Eu só queria não ter que pensar no futuro. Não ter que me preocupar em ter emprego, em arrumar dinheiro, em me sustentar, em ter minha família.

Eu só queria poder ter férias de verão com meus amigos, sem ficar pensando se eles realmente são meus amigos.

Eu só queria voltar a sorrir e acreditar que tudo vai dar certo. Eu só queria poder olhar pra frente e acreditar que o amor da minha vida está lá me esperando.

Eu só queria não ter me decepcionado tanto com a vida, com as pessoas, com as expectativas, com os sonhos.

Eu só queria não passar por tudo de novo todas as vezes, como se a minha vida vivesse em círculos infinitos.

Eu só queria que tudo começasse a dar certo, a caminhar pra frente. Eu só queria ter certeza do que eu quero pra minha vida.

Eu só queria deixar de me iludir, de me entregar e de quebrar a cara, a cada vez.

Eu só queria que tudo fosse mais fácil!