Eterno Controle

Ultimamente eu descobri uma coisa extremamente importante sobre mim: Eu gosto de ter o controle das coisas. Não aquele em que ditamos as regras e mandamos nas pessoas, mas o de controlar toda e qualquer tipo de situação que eu possa me encontrar. E caso eu perca esse controle, entro em um desespero terrível e as vezes até insano.
Para sair de casa, por exemplo, fui treinada, até por mim mesma, a sempre ter um modo de voltar. Sair a ermo, sem saber muito bem para onde ir, ou sem pensar em como seria a minha volta, era algo, até pouco tempo atrás, praticamente impossível para mim e que, hoje em dia, apesar de estar batalhando constantemente contra, continua sendo muito difícil.
Outro exemplo dessa minha conclusão (que na verdade me foi dita), é o fato de me desesperar quando alguém não atende o celular. Não é simplesmente em uma situação extrema, como o caso da pessoa estar atrasada há duas horas sem dar sinal de vida, e etc. É, inclusive, nas situações mais simples, pois, mesmo que ela esteja no horário certo e nas condições normais, se não atende o telefone, já me deixa nervosa. Isso sem contar com aquela clássica gravação "sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens..." que NA MESMA HORA me faz entrar em pânico! Afinal, em que lugar do Rio de Janeiro, hoje em dia, NÃO SE TEM SINAL? Quando ouço essa maldita vozinha já acho que aconteceu alguma coisa e pronto, é desespero na certa! Para mim, é extremamente importante, quase um impasse de vida ou morte, saber onde a pessoa está! Acho que seria capaz de controlar os passos de todos que eu amo, só para ficar tranquila e saber que vão ficar bem, chegar bem em suas casas e dormir calmos e serenos. (Coitados dos meus filhos! Tirem o GPS de circulação até lá!)
Talvez por isso eu tenha a fama de mãe entre os meus amigos. Aquela que sempre quer saber como as pessoas estão, se importa mais com o que os outros sentem do que com o que ela sente, enfim, aquela que está sempre disposta a perder noites de sono e horas e horas do dia para falar do problema, da vida e dos amores dos outros. Eu ouço, sorrio, me diverto e aconselho. E digo: Com o maior prazer! Eu gosto de tê-los nas minhas mãos, colocá-los no meu colo e saber que isso, talvez, melhore um pouquinho um dia ruim.
E assim, mais uma vez voltamos a velha regra: é muito bom ter o controle de que todos estão bem, e que, quando não estão, vão me procurar e eu vou poder ajudar de alguma forma, mesmo que seja só com um abraço. É bom ser aquela que ouve os dois lados, agiliza os processos, tira as dúvidas, dá a bronca necessária, puxa a pessoa pro chão, "permite" que ela possa voar, enfim... É bom olhar para todo mundo, no fim das contas, e pensar "ufa, todos estão bem! Tudo está dando certo!" e saber que, por estar sempre buscando o controle e o equilibrio de todos a minha volta, eu tive um dedinho nesta plena tranquilidade!
Como conclusão, isso me faz tão bem quanto me faz mal. Pode me prender, me atormentar, pois nós NUNCA temos 100% de controle de NADA em nossas vidas, mas me faz bem, porque, quando eu alcanço o meu objetivo e vejo todos os sorrisos nos rostos das pessoas que estão no meu coração, eu consigo, enfim, ficar 100% feliz!