terça-feira, 6 de maio de 2014

E quem disse que o amor não é uma doença?

Nós, mulheres, quando crianças, sempre assistimos a filmes de princesas. E o final é sempre o mesmo: príncipes encantados aparecendo de repente e levando a bela donzela em seus braços. Nós também brincamos de boneca e somos acostumadas à ideia de que o certo é ter uma família com filhos, cachorros e um marido. Para nós, é neste momento que começa a obsessão em achar o amor da vida. Uma obsessão que vai nos acompanhar durante todos os nossos próximos anos.

Quanto mais o tempo vai passando, mais isso nos é empurrado goela abaixo: são músicas, onde em 90% das vezes o interlocutor é uma pessoa apaixonada ou sofrida porque perdeu algum amor. São filmes em que a história gira em torno de grandes amores (e olha que até filmes de terror tem um casal). São livros, inúmeros livros, que somos apresentadas a mocinhos heróicos movidos, muitas vezes, pelo amor que sentem pela mocinha. Enfim... O amor, definitivamente, move o mundo.

E tudo começa a piorar quando nós chegamos a adolescência. Essa é a fase onde as primeiras paixões acontecem, onde qualquer atração física é confundida por sentimentos. Nós passamos a “gostar” de muitas pessoas, para depois descobrir que nós só queríamos dar uns amassos nela.

Como tudo na vida, todas essas informações atingem a diferentes pessoas de formas distintas. Há as mais desencanadas, que só querem casar depois dos trinta, as que vivem e conseguem lidar bem com isso e as românticas, que caíram no conto de que o mundo é cor de rosa e que tudo vai acontecer exatamente igual a Disney nos contou. Não importa de que tipo a mulher seja: todas desejam, um dia, ter alguém. Todas, no fundo, acreditam em frases feitas de que um dia todo mundo encontra a metade da sua laranja. Todas esperam que isso realmente vá acontecer. Pode não ser esse o momento, mas um dia essa pessoa vai aparecer.

E quanto mais velha a gente fica, mais essa busca fica incessante. A gente quer, mais que qualquer outra coisa, achar aquela pessoa que prometeram que ia nos completar. Nós até já aprendemos com os relacionamentos que passamos que brigas fazem parte, que términos acontecem e que ninguém é perfeito,... Mas nós continuamos nessa busca constante de um amor insano que os outros nos inventaram.


Sim, pessoas se conhecem. Amores acontecem. Casais se encontram. E eu realmente acredito que podem ficar juntos para sempre, em alguns casos. Mas nós podemos ser felizes sem isso. Nós podemos ser completos. Nós não precisamos que outras pessoas entrem na nossa vida para que ela seja boa. E pode ser difícil viver em um mundo onde todo mundo tenha aquela pessoa especial e você não. Pode ser difícil ter que destruir todos os castelos que essa ilusão nos permitiu construir. Pode ser difícil superar um término traumático. E você pode realmente achar que a vida não vai mais fazer sentido sem essa pessoa especial. Mas faz. E não faz porque você logo vai achar outra. Faz porque você já se tem. E a sua vida, por si só, já é o suficiente.

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